O governo federal incluiu na proposta do Orçamento de 2026 a previsão de um novo valor para o salário mínimo: R$ 1.631. Caso se confirme, o reajuste representará um aumento de R$ 113 em relação ao piso atual, que é de R$ 1.518. O documento, conhecido como Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), foi encaminhado ao Congresso Nacional nesta sexta-feira (29).
Apesar da estimativa já constar na proposta, o valor ainda não é definitivo. A correção oficial será conhecida apenas em dezembro, quando o governo divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro, indicador que serve de base para os reajustes do mínimo. Dessa forma, o valor poderá ser alterado antes de entrar em vigor no início de 2026.
A política de valorização real do salário mínimo foi retomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023. Pela lei sancionada, o cálculo passa a considerar não apenas a inflação, mas também o crescimento econômico. Assim, o reajuste é formado pela soma da variação do INPC e do percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Para o cálculo de 2026, será levado em conta o PIB de 2024, que registrou alta de 3,4%.
O salário mínimo tem papel fundamental na economia brasileira, servindo como referência direta para a remuneração de milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em janeiro deste ano, cerca de 59,9 milhões de pessoas têm rendimentos atrelados ao valor do piso nacional.
Além do impacto direto sobre a renda dessas famílias, o reajuste do mínimo influencia o consumo interno e pode contribuir para movimentar a economia. Isso porque a elevação do piso tende a aumentar o poder de compra da população, refletindo em maior circulação de recursos no comércio e em serviços, além de pressionar a média salarial do país.